Oi meus amores!
Desde o começo do blog, ainda lá no Tumblr, eu sempre me incomodei com algumas coisas relacionadas com a literatura, uma delas, e talvez a que mais me incomode, é o preconceito literário. Tem muito leitor pomposo, metido a intelectual, que sempre vai em vídeos, posts, fotos, dizer alguma coisa sobre determinado livro, principalmente se for fantasia, jovem adulto, estrangeiro e ou erótico. Mas onde tá escrito que só podemos ler grandes clássicos da literatura universal, e claro do nosso país? Cadê esse contrato que eu não assinei quando tinha 6 anos e comecei a ler? Onde está escrito no grande livros de regras dos leitores que eu não posso ler Harry Potter aos 25 anos? Não posso gostar de Cinquenta Tons de Cinza e ao mesmo tempo ler Emily Brontë?
Eu sempre fui uma leitora, que no momento de escolher um livro para ler(óbvio), me guio pelo meu estado de espírito naquele momento. Tem horas na vida da gente que não dá pra ler Proust ou sentar em uma cadeira e passar horas com o nariz enfiado em um livro complexo e cheio de reviravoltas. As vezes temos caraminholas na cabeça e uma leitura leve, descontraída, é muito mais interessante do que um livro que requer um raciocínio lógico impressionante somente para entender a temática do livro, que dirá a história toda.
E claro, não dá pra começar lendo Shakespeare ou Jane Austen. Já pensou entregar para um criança de 6,7 anos a obra completa de Fiódor Dostoiévski? Ela não vai entender muita coisa, e venhamos e convenhamos, não vai despertar o interessa dela. Assim como grandes obras complexa não vai despertar o interesse da maioria dos adolescentes encantados com o primeiro amor. Eles não vão se interessar por aquilo que não os representa, assim como que nunca leu livros por prazer.
Mas todo mundo começa assim, algo lhe desperta o interesse, e a pessoa vai se aperfeiçoando, e buscando mais conhecimento, mais desenvolvimento do pensamento, e quando dá por si está lendo Machado, Pessoa, Shakespeare, Kafka.
Há sempre aprendizado em tudo o que se lê. Um exemplo: Se você lê um jornal, e nos anúncios vai estar escrito assim "CONSERTAMOS SUA MAQUINA DE LAVAR! Procure-nos na Rua dos Afeneiros, Nº 04 - Contato (xx)-1234-5678". Quando sua maquina de lavar quebrar, você vai lembrar que leu isso no jornal, e vai saber que tem alguém no mundo que pode consertá-la. É assim com tudo que lemos, por mais ruim que você ache o livro, ele, no mínimo, te ensinou que nem todo escritor acerta, e pode ter certeza, você sempre vai encontrar alguém que vai gostar de um livro que você odiou.
Só não corte o barato dos outros, ninguém é obrigado a ler só o que você gosta, e nem a entender o mundo do seu jeito. Não há ditadura na literatura! Todos somos livres para ler o que nos dá prazer e nos ensina. Aprenda a tolerar e a saber apresentar novas coisas as pessoas, é difícil eu sei, mas porque não trocar a cara de nojo e palavras amargas por.. "Há se você gostou de Crepúsculo, poderá gostar também de Orgulho e Preconceito, é um romance lindo!". Compartilhe com os outros suas experiências, mas sem críticas nocivas, quem sabe você não transforma alguém que só lê quadrinhos em uma pessoa que lê quadrinhos, ficção científica, suspense policial, terror, clássicos...
Não lembro onde mas, uma vez li uma frase mais ou menos assim: "É melhor ficar calado e deixar que pensem que você é um idiota, do que abrir a boca e deixar tê-los a certeza de que é um idiota!" Pense e aprenda um pouco mais com todos os livros, se abra a novos gêneros, novas obras, tudo traz conhecimento, não estreite sua mente, aumente a chance de conhecer novos autores, novas culturas, novos lugares, novos povos, novas religiões, e tudo sem sair do lugar. Expanda a sua leitura. Ou se não, algum dia, veremos nossas crianças sendo obrigadas a ler um novo "Mein Kampf". E já sabemos onde isso vai, não é mesmo Anne Frank?
E aí, gostou? Concorda comigo? Discorda? Me conte!
XoXo